Entidades apoiam greve nas instituições federais de ensino

Na data que marcou a deflagração da greve em mais de 30 Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), foram enviadas ao ANDES-SN três notas de solidariedade à mobilização. Nesta quinta-feira, o Conselho Universitário da Universidade Federal de Campina Grande aprovou uma moção de apoio à greve (leia aqui) pela “justeza da pauta de reivindicação dos docentes”. Também mandaram mensagens o coletivo de estudantes “Vamos à luta”, que faz uma oposição de esquerda dentro da União Nacional dos Estudantes (UNE), e um grupo de diretórios acadêmicos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Ufrpe).

Além das entidades citadas, estudantes da UFPR e UFU tiraram posições favoráveis à greve dos professores em assembleias realizadas no dia 16, com grande participação do corpo discente. Em pelo menos quatro universidades foi deliberada greve estudantil, UFRRJ, UFOP, UFVJM e Unifesp, que reuniu cerca de mil alunos para aprovar a continuidade da greve que teve início no dia 22 de março.

Estudantes

A moção de apoio do Conselho Universitário da UFCG, aprovada nesta quinta-feira (17), ressalta a luta dos docentes em defesa de “melhores condições de trabalho, da valorização da carreira docente e do caráter público, gratuito e de qualidade das universidades públicas”. O colegiado também reconhece que a greve é um direito de todo servidor público, independentemente de sua condição contratual, repudiando, assim, qualquer forma de retaliação contra os docentes participantes da mobilização.

A nota do coletivo “Vamos à luta” (leia aqui) denuncia a situação em que se encontram as universidades públicas. “Salas de aulas lotadas, déficit de professores, efetivos contratados como temporários, aumento médio de até 40% do número de horas em salas de aula, escassez de bolsas de pesquisa e extensão, corte de R$ 5 bilhões na educação nos últimos dois anos. Essa é a realidade que estudantes e professores têm enfrentado no seu dia-a-dia, fruto das diversas políticas de precarização do ensino que o governo federal tem aplicado nas universidades”, afirmam os estudantes.

A nota também traz críticas à expansão sem qualidade gerada pelo Reuni, que “além de não garantir uma educação de qualidade, precarizou o trabalho docente”. O texto também critica a forma como o governo Dilma tem enfrentado a crise internacional ao cortar R$ 55 bilhões do orçamento em 2012, sendo R$ 1,9 bilhão em educação.

Por fim, os estudantes do coletivo convocam a comunidade estudantil a se juntar à luta dos professores. “Em cada universidade, devemos unificar a pauta de reivindicações do movimento estudantil à pauta dos professores e fortalecer a greve em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade”, defende a nota.

Já os estudantes da Ufrpe reclamam da expansão desordenada promovida pelo Reuni. “A interiorização das universidades é importante, pois amplia o acesso ao ensino público superior. Porém esse processo está sendo desordenado, a exemplo das Unidades Acadêmicas de Garanhuns e Serra Talhada. Falta restaurantes universitários, biblioteca, casa do estudante, laboratórios e, o pior:professores e professoras”, denuncia a nota (leia aqui).

 

Fonte: ANDES-SN