Ataques de ódio se revelam por todo o país

O mestre de capoeira e compositor Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, foi assassinado a facadas na noite de domingo (7) em Salvador (BA). Mestre Moa foi esfaqueado doze vezes nas costas por um apoiador de Jair Bolsonaro quando se declarou eleitor do Partido dos Trabalhadores (PT).

O suspeito, cujo nome não foi divulgado, foi preso e confessou o crime à polícia. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), ele teria se aproximado do grupo em que Moa estava afirmado que era eleitor de Bolsonaro. O homem reagiu com violência após o mestre de capoeira afirmar que o grupo votava no PT. Germinio Pereira, primo do Mestre Moa, também foi esfaqueado no braço e teve que passar por cirurgia.

Já na noite de terça-feira (9) um estudante da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que vestia um boné do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) foi brutalmente agredido em frente à universidade, em Curitiba. Os agressores gritavam o nome do candidato de extrema direita e atacaram o estudante com garrafadas de vidro na cabeça. Eles também quebraram vidros da Casa do Estudante de Curitiba (CEUC). Longe de ser exceção, ataques de ódio movidos por posições políticas conservadoras têm se tornado regra nas universidades e nas ruas brasileiras.

Na Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), por exemplo, a Associação de Docentes da instituição (Adufpel – Seção Sindical do ANDES-SN), denunciou uma ameaça recebida pelo docente Luciano Agostini. Ele recebeu em e-mail “anônimo”, com assinatura falsa, contendo ameaças de uma pessoa que afirma estar envolvida “diretamente na campanha” do mesmo candidato. Na mensagem, a ameaça cita uma suposta “campanha comunista” que o professor estaria fazendo na Universidade. O remetente ainda diz que o próprio candidato está ciente da situação e que, caso eleito, “a teta vai secar e o governo não irá mais financiar pesquisas inúteis”.

Diante disso, em nota divulgada na quinta-feira (11), o ANDES-SN resgata outros casos de agressões iniciados logo após o término do primeiro turno das eleições, repudiando os atos de violência e declarando que o discurso de ódio e as práticas fascistas tentam intimidar o Movimento Estudantil, Movimento Sindical e o direito da comunidade acadêmica se posicionar politicamente.

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Com informações de Geledés, DCE UFPR, Adufpel-SSind e Adunemat-SSind.