Câmara entra em recesso sem votar a PEC 32

Representantes da APES estiveram presentes nas últimas semanas de mobilizações contra a aprovação da PEC 32 em Brasília

Durante 3 meses, representantes da APES, convocados pelo ANDES-SN, estiveram presentes em Brasília para participar da Jornada de Lutas contra a Reforma Administrativa. Nas últimas semanas de mobilizações contra a PEC 32, antes do recesso parlamentar, estiveram em Brasília o diretor da APES Leonardo Andrada, a professora Lisleandra Machado e o professor Dileno Dustan. 

Segundo relato dos representantes da APES na capital federal, nas 13ª e 14ª semanas, as atividades relacionadas foram as mesmas das anteriores, com recepção dos parlamentares no aeroporto internacional e mobilizações em frente ao anexo 2 da Câmara. Além dessas atividades, um ato de maior impacto simbólico foi realizado no dia 8 de dezembro, onde representantes de diversas entidades nacionais realizaram uma reunião em frente à residência oficial do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, como informou o professor Leonardo Andrada. 

Segundo o professor Leonardo, nesta semana serão encerrados os trabalhos legislativos deste ano. “O que significa que esse ano a PEC 32 não foi à votação, então tivemos aí uma vitória, ainda que frágil e temporária, mas uma vitória a ser comemorada graças a mobilização de todo o funcionalismo, dos sindicatos nacionais e suas seções, com destaque para a presença do ANDES-SN nessa mobilização. Pude perceber que, no desenvolvimento desse processo, o ANDES-SN, com a inestimável contribuição das seções locais, entre as quais a APES, que sempre esteve em Brasília com representantes presentes, é a força que identificamos com atuação bem destacada, com presença de pessoal, com estrutura, com tudo o que é necessário. Graças a essa mobilização, podemos reconhecer que tivemos uma vitória, mas que a manutenção dessa vitória depende de conseguirmos continuar com a mobilização, organização e a luta. Por enquanto estamos conseguindo barrar este avanço”.

É o que reforça também a professora Lisleandra Machado. Segundo ela, “não poderemos esmorecer, uma vez que o próprio ministro da economia disse que mesmo sendo ano eleitoral, 2022, já começará tratando sobre a aprovação da PEC 32. Então, já na primeira semana após o recesso parlamentar voltaremos para a mobilização contra essa PEC que, se aprovada, afetará diretamente os serviços públicos oferecidos à população pobre, preta, aos idosos, às mulheres e à juventude”. 

Semana em Defesa da Educação

Ainda conforme o professor Leonardo Andrada, na semana de 6 a 10 de dezembro, as mobilizações contra a PEC 32 foram conjugadas com a Semana em Defesa da Educação Pública. Durante a semana, foram realizadas em Brasília panfletagem e apresentação cultural na rodoviária; atividade presencial com o tema “Cortes no orçamento e reordenamento dos Institutos e Universidades Federais”; projeção de mensagens em defesa da educação no Museu Nacional; e distribuição de outdoors e cartazes nos metrôs da região com a campanha. 

Dois atos mais destacados foram realizados durante a semana. No dia 9, um ato cultural foi realizado em frente ao Ministério da Educação. Entidades da educação (ANDES-SN, UNE, Fasubra, Fenet, Sinasefe) discutiram, em rodas de conversa, os desafios e as perspectivas da educação pública para a política de ações afirmativas. A programação também contou com o canto de Martinha do Coco e o ritmo do Maracatu do grupo Tambores do Amanhecer.

E no dia 10, fechando a semana, o ANDES-SN organizou uma atividade político-cultural no espaço Jovem Expressão, localizado na Ceilândia, região administrativa do DF. O ato contou com batalha de rimas, grafitagem, show de rap, além da exibição do filme “Abraço”, seguido de debate com o cineasta brasileiro DF Fiuza. O filme conta a história de professoras e professores sergipanos que, em 2008, travaram uma luta jurídica com o governo do estado, que tinha como objetivo retirar direitos conquistados dos professores/as.