Comando de greve dos professores arma tenda em frente à reitoria da UNIR

 

O comando de greve dos docentes da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) realizou reunião nesta segunda-feira, 26 na Praça Getúlio Vargas, e  em seguida armou uma tenda em frente à reitoria da universidade (UNIR-Centro), onde serão realizadas reuniões do movimento grevista. Durante o encontro, o comando de greve deliberou que na quinta-feira, 29, a partir das 16h irá realizar um ato público em defesa da UNIR com a participação dos professores, estudantes e aberto a toda a sociedade; na sexta-feira (30) haverá uma assembleia de professores na UNIR-Centro às 9h com a presença do diretor do ANDES-SN, Josevaldo Cunha. Foi deliberado também que os docentes vistarão os demais campi da UNIR no interior do estado, com objetivo de unificar o movimento de greve.
Nenhum parlamentar compareceu à reunião marcada com a bancada federal de Rondônia, às 9h no auditório da UNIR-Centro. Somente o deputado federal Padre Ton (PT) justificou sua ausência através de um assessor parlamentar, o qual informou sobre o apoio do deputado ao movimento e a sua posição em favor da luta dos professores e estudantes.

Pela parte da manhã, o comando de greve aprovou e distribuiu uma carta aberta à sociedade e aos parlamentares de Rondônia (veja texto abaixo).


Carta aberta ao povo e aos políticos de Rondônia

O Comando de Greve da UNIR, constituído por professores e estudantes dos campi que lutam por condições dignas de trabalho e aprendizagem, dirige-se ao povo de Rondônia, por que dele emana todo o poder, e aos políticos que representam o povo para explicar as razões do nosso protesto.
Qualquer e todo cidadão em Rondônia tem responsabilidade sobre a Universidade Federal de Rondônia. Ela é sustentada pelos impostos pagos pelos trabalhadores.  Ela é a única Universidade pública e gratuita do Estado. É nela que estudam os filhos e filhas daqueles que não podem arcar com os custos do ensino privado. É dela que se formam médicos e enfermeiros, professores e engenheiros, administradores e biólogos, historiadores e geógrafos, advogados e tantos e tantos profissionais que cuidarão do presente e promoverão o futuro.

Todo e qualquer político de Rondônia tem responsabilidade sobre a Universidade Federal de Rondônia. Do Governador ao Secretário Municipal de Educação, do Senador ao Vereador, do Deputado Federal ao Deputado Estadual, sem exceção, são chamados à sua responsabilidade de gestores do porvir. A liderança que cada um recebeu do povo está em teste, e o apoio que cada um manifeste será lembrado. Para além de Porto Velho e Guajará-Mirim, Vilhena e Ariquemes, Cacoal e Ji-paraná, Rolim de Moura e Presidente Médici, Cabixi e São Miguel, é chegada a hora de atuar no local e pensar no global.

A UNIR recebeu verbas e vagas do governo federal. As primeiras se perderam nos descaminhos da burocracia e da corrupção, em prédios que são licitados e nunca concluídos. A Fundação RIOMAR, gestora de recursos de emendas parlamentares, tornou-se um caso de polícia.  As vagas para contratação de professores se perderam no compadrio e no nepotismo. A crise da UNIR é uma crise anunciada que se arrasta há anos. Ela somente será resolvida com a participação decisiva do povo e dos políticos.

O atual Reitor, em seu segundo mandato, não reúne mais condições de permanecer à frente da Instituição. Não é por falta de recursos financeiros que ele não encontra e não encontrará solução para a crise. É por falta de recursos políticos, cercado por ineptos e incompetentes, por falta de clareza de idéias, gestor do patrimonialismo e dos benefícios pessoais. A ele falta, acréscimo indispensável, integridade pessoal e profissional. Embora eleito, ele seguirá o caminho dos governantes repudiados pelo povo, recusados pela gestão predatória. Não será a primeira nem a última vez que os eleitos são devolvidos ao limbo.

A Deputada Federal Marinha Raupp e o Senador Valdir Raupp são reconhecidamente fiadores do atual Reitor. O esteio político deles é quase uma carta de alforria para os desmandos, usado como passaporte para a impunidade. Ao mesmo tempo em que reconhecemos o apoio do casal mais importante da política rondoniense à Universidade Federal de Rondônia, rogamos a eles que não confundam o apoio institucional com as amizades pessoais.
Do povo e dos políticos esperamos apoio, porque sozinhos nada somos. Somos apenas professores e estudantes que sonham com uma Universidade pública, gratuita, de qualidade e voltada para a sociedade.

O Comando de Greve dos Docentes da UNIR

 

Fonte: Comando de Greve dos Docentes da UNIR