14M: Juiz de Fora tem ato Justiça por Marielle e Anderson

Em mais este 14 de março, ações em diversas cidades do Brasil lembraram a pergunta feita há 5 anos, e que segue ainda hoje sem justiça, sem resposta: quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes? 

Em Juiz de Fora, coletivos feministas, movimentos sociais, entidades sindicais, representantes de mandatos legislativos e artistas da cidade realizaram ações no centro da cidade. A primeira atividade foi conduzida pelas companheiras do Plantio Solidário – Zona da Mata, projeto do MST. Com alimentos plantados, manejados e colhidos através dos mutirões, foi feito um feijão tropeiro em uma atividade coletiva no Armazém do Campo, numa tarde de diálogos sobre as injustiças socioambientais. Reafirmando a luta pela Reforma Agrária Popular e pelo Direito Humano à Alimentação Adequada, foram distribuídas 350 quentinhas e 30 sacolas de alimentos in natura, na Praça da Estação, segundo informações do projeto. 

Em seguida, foi realizado um cortejo com o maracatu Estrela na Mata em direção à Câmara Municipal. Em frente à casa legislativa, foi realizado o ato Justiça por Marielle e Anderson, com distribuição de mudas representando a semente deixada por Marielle em sua luta por direitos humanos. Também houve sarau com microfone aberto, com participação de artistas locais – como Ciça Liberdade e poetas do coletivo Sararau Criolo. Por fim, foi feita a leitura da “lista de sangue”, com nome de companheiras que tombaram na luta. 

Justiça 

Na noite de 14 de março de 2018, Marielle, vereadora e lutadora pelos direitos humanos, e o motorista Anderson Gomes, foram assassinados a tiros no centro do Rio de Janeiro. As investigações seguem, sem conclusão.

Os ex-policiais militares Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos, e Élcio de Queiroz, acusado de dirigir o carro usado no crime, foram presos em março de 2019 e se tornaram réus por homicídio. Entretanto, a justiça ainda não identificou os mandantes do crime. Em fevereiro de 2023, após anos de silenciamento por parte do governo Bolsonaro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou abertura de inquérito na Polícia Federal para investigar as circunstâncias do crime. 

Nesta quarta-feira, 15 de março, foi divulgado que a Corregedoria Nacional de Justiça solicitou à Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informações sobre o andamento do processo. No despacho, o corregedor nacional, ministro Luis Felipe Salomão, concedeu prazo de cinco dias para ser informado sobre quando os acusados pelo crime serão julgados.