Após manutenção do reajuste zero para 2024, Congresso do ANDES-SN aprova construção de greve

A plenária do 42º Congresso do ANDES-SN debateu, na quarta-feira, o resultado da reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente, realizada no mesmo dia, entre governo e representantes dos Servidores Públicos Federais. Diante da manutenção da proposta governamental de reajuste zero para 2024 e da falta de respostas às demais reivindicações, o conjunto dos e das docentes convergiu amplamente sobre a necessidade de construção da greve, posicionando-se em torno de propostas distintas quanto à caracterização e temporalidade da greve.

Inicialmente, a plenária votou por ampla maioria rejeitar uma proposta de apenas greve unificada do serviço público federal, caso as negociações com o governo não avançassem. Na sequência, foram confrontadas duas outras propostas de greve:

Por maioria de votos (156), venceu a proposta de “dar continuidade ao trabalho de unidade de ação com os(as) demais servidores(as) públicos(as) federais, visando fortalecer as Campanhas Salariais de 2024 e 2025, intensificando a mobilização de base, na construção de greve do ANDES-SN e do setor da educação no primeiro semestre de 2024, tendo como horizonte a construção de uma greve unificada no funcionalismo público federal em 2024”.

A proposta derrotada, que obteve 136 votos, previa: “dar continuidade ao trabalho de unidade de ação com os(as) demais servidores(as) públicos(as) federais, visando fortalecer as Campanhas Salariais de 2024 e 2025, intensificando a mobilização de base, para uma greve do setor da educação que tenha como horizonte a construção de uma greve unificada no funcionalismo público federal em 2024”.

Nessa votação, foram computadas 36 abstenções.

Direção da APES relata impacto do resultado da reunião sobre a plenária

O professor Leonardo Andrada, da direção da APES, presente ao Congresso como delegado, explicou que a notícia do resultado da Mesa Nacional causou impacto sobre o Congresso do ANDES-SN: “Essa decisão da plenária do congresso do ANDES-SN é resultado da inabilidade política do governo para lidar com uma categoria que foi fundamental para elegê-lo. E vem operando nessas mesas de negociação de forma intransigente, não oferecendo nada de reajuste, nada de carreira ou resposta a qualquer ponto da pauta. A notícia foi muito mal recebida pela categoria de modo geral, que acabou optando pela deflagração de um movimento de construção da greve. Isso expressa portanto o mal-estar que está disseminado na base da categoria, com relação à indisposição do governo na negociação”, defendeu.

Na quinta-feira (29), as e os participantes darão sequência às deliberações do Plano de Lutas do Setor das Ifes e deverão debater a construção do Fonasefe e reativação da CNESF, a mobilização contra o ponto eletrônico no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, a continuidade da luta pelo fim da lista tríplice, o “revogaço” das medidas bolsonaristas, bem como do Novo Ensino Médio (NEM), da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e da BNC-Formação e da militarização das escolas.

Governo mantém reajuste zero em 2024 na Mesa Nacional realizada nesta quarta-feira

Na reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente realizada nesta quarta-feira, 28 de fevereiro, não houve avanços sobre a recomposição salarial de servidoras e servidores federais e demais demandas apresentadas na contraproposta protocolada pela bancada sindical junto ao governo em 31 de janeiro. O documento prevê a recomposição das perdas salariais do período referente ao governo Temer até o final do governo Lula, com pagamentos em 2024, 2025 e 2026. Além disso, as entidades sindicais reivindicam equiparação dos benefícios, sem exclusão das pessoas aposentadas, revogação das medidas que atacam servidoras/es e a assinatura de um termo de compromisso para negociação das perdas salariais do governo Dilma. 

O governo manteve a proposta apresentada ao final do ano passado, de reajuste de 9%, parcelado em 2024 e 2025, o que não contempla as reivindicações das servidoras e dos servidores federais.


Luiz Eduardo Neves, 1º vice-presidente da Regional NE 1 do ANDES-SN, representou o Sindicato Nacional na reunião

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