Audiência pública discute a possibilidade de emancipação de Governador Valadares

A UFJF realizou audiência pública sobre a possibilidade de emancipação do campus avançado de Governador Valadares na terça-feira, 22 de novembro, no prédio do Centro de Ciências, no campus Juiz de Fora. A reunião contou com a presença de representantes da comunidade acadêmica da administração superior, professores e estudantes. 

O mediador Ricardo Grünewald iniciou a audiência explicando a dinâmica do trabalho da Comissão de Condução do Debate sobre a possibilidade de emancipação do campus Governador Valadares, “a comissão começou os trabalhos em 2022 e a primeira atividade foi montar grupos de trabalho para fazer o levantamento de algumas informações relativas à emancipação do campus. Nós também temos estimulado as discussões nos colegiados, nas unidades acadêmicas, nos departamentos, porque entendemos que é um debate que pode acontecer a qualquer momento”.

Augusto Cerqueira, professor da Faculdade de Engenharia, destacou que seria importante Governador Valadares, juntamente com o campus sede, elaborar o projeto de universidade para, num momento posterior, ser discutida a possibilidade de emancipação, mas que o processo de discussão sobre a emancipação optou por trilhar o caminho oposto. “Nesse sentido, parece-me difícil, enquanto defensor da educação e da universidade pública, ser contra uma possível emancipação, porém, é preciso saber sobre qual tipo de universidade estamos tratando.” 

A audiência discutiu também a questão orçamentária ligada à emancipação. O pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças, Eduardo Condé, defendeu que é preciso haver a preocupação com a sustentabilidade financeira. “Não existe orçamento separado do campus de Governador Valadares. Todo ano, o Conselho Superior faz uma alocação de recursos para GV, destinada ao funcionamento do campus, o que significa o pagamento do aluguel, bolsas e atividades cotidianas do campus. O segundo ponto é que as universidades chamadas de “novíssimas”, pela Andifes, são desdobramentos de instituições anteriores. É fundamental entender que não é apenas uma questão de tirar o orçamento e transferir para um campus emancipado, é preciso ter um estudo de viabilidade que indique com clareza que GV teria recursos suficientes para manter a universidade. Assim, dependendo de como você constrói o projeto pedagógico, também é construído o custo da universidade.”

A vice-reitora, Girlene Alves, afirmou que o desejo da UFJF é que Governador Valadares caminhe e continue contribuindo para a redução de desigualdades no Brasil, com cursos de qualidade, como tem prospectado. “A minha expectativa é que a comissão consiga trazer para a sociedade os desdobramentos da emancipação, os custos, questões administrativas, e é lógico que nós queremos que o processo de emancipação ocorra com o projeto de universidade que defendemos”. 

No público presente estavam o presidente da APES, Leonardo Andrada, o presidente da Associação de Pós-Graduação (APG), Matheus Botelho, pró-reitores e pró-reitoras da UFJF e o representante da Comissão de Condução do Debate, Ricardo Grünewald Zarantoneli.

Confira abaixo o calendário de discussões: 

  • 29/11: Mesa redonda sobre conjuntura política, social e econômica. (Local: R. Manoel Byrro, 241 – Vila Bretas – Auditório)
  • 01/12: Mesa redonda sobre emancipação: Participação da reitora da UFCAT. (Local: R. Manoel Byrro, 241 – Vila Bretas – GV Auditório)
  • 02/12: Reunião aberta (comunidade acadêmica) presencial sobre emancipação. (Local: R. Manoel Byrro, 241 – Vila Bretas – Auditório)
  • 05/12: Reunião aberta (comunidade acadêmica) presencial sobre emancipação. (Local: Av. Doutor Raimundo Monteiro de Rezende, 330, Sala 305 Bloco A – Centro – GV)
  • 06/12: Audiência pública com representações do poder público, da Reitoria, de toda a comunidade acadêmica e da comunidade geral (on-line e presencial). (Local: Câmara Municipal de GV – R. Mal. Floriano, 905 – Centro)