Confira a nota contra a desocupação da Aldeia Maracanã

Nota do ANDES-SN contra a desocupação da Aldeia Maracanã

O ANDES-SN esteve presente na manifestação contra a desocupação da Aldeia Maracanã, atuando politicamente em solidariedade aos povos que lá habitavam e manifesta seu repúdio à ação truculenta do Governador Sergio Cabral e do Prefeito Eduardo Paes, e se posiciona contra a privatização do Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro e seu entorno, o que inclui o Museu do Índio, chamado de Aldeia Maracanã.

Aldeia Maracanã, 22 de março de 2013. Um cenário de incursão militar cercava o território indígena já de madrugada. “Amanhece, e a movimentação do aparato policial se intensifica – Batalhão de Choque, Companhia de Controle de Distúrbios Civis, Grupamento Aeromóvel, Blindados, todos os policiais, em torno de duzentos, armados “até os dentes” – juntamente com o aparato de desqualificação das lutas populares e da classe trabalhadora, a mídia televisiva.

O que se viu hoje na Aldeia Maracanã, espaço estratégico para a reprodução do capital na cidade, bem como outras áreas da cidade sitiadas pela especulação financeira – bacia do rio Guaxindiba; espaços ocupados para moradia pela população de baixa renda e desejados para os megaeventos – foi algo só visto durante a ditadura militar. Era aparato militar da “coroa” – fuzis, bombas, cassetetes, blindados de último tipo (caveirão), e helicópteros, contra crianças, jovens e cidadão armados apenas de seus direitos históricos, e quando muito de parcos arcos e flechas.

A destruição patrimonial pública posta, não se restringe a Aldeia Maracanã (casarão do antigo Museu do Índio, que funcionou no local de 1910 até 1978), mas também se estende a Escola Municipal Friedenreich; o Parque aquático Júlio Delamare; o Estádio de atletismo Célio de Barros.

 

 

Os fatos que marcaram o dia são resultado de:

  1. O projeto de ocupação urbana em atendimento ao setor financeiro, capitaneados pelos governos Cabral, Dilma e Paes – mudanças no entorno do Maracanã, para que o estádio o território pudessem atender às necessidades da Copa das Confederações em 2013, a Copa do Mundo em 2014, e a Olimpíada em 2016;
  2. Os representantes do governo do estado (Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado) indicando que só negociariam qualquer coisa depois da retirada de todos os indígenas e manifestantes:
  3. A desobediência por parte dos representantes do estado, frente à observação expressa do juiz da não utilização, em circunstância alguma, de qualquer forma de violência;
  4. A demonstração de força desproporcional frente à organização pacífica do movimento social;
  5. A clara intencionalidade por parte da força repressiva, de conseguir resultados através do enfrentamento. Haja vista, que os policiais que ali estavam pertenciam às tropas de elite, instrumentalizados com todo um aparato de alto poder de letalidade.
O ANDES-SN reitera seu posicionamento em defesa das populações tradicionais, dos povos originários e de seus territórios.
Brasília – DF, 26 de março de 2013