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Crescimento da mobilização e jornada de lutas pressionam. Governo chama para reunião nesta sexta-feira

Só a pressão tira o governo da inércia. Com o crescimento da Greve Nacional Docente – que fortalece ainda mais a Greve Nacional da Educação – o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) sentiu mais uma vez o peso da mobilização e chamou para a sexta-feira, dia 19, a quarta rodada da Mesa Específica e Temporária da Carreira.

A expectativa é que o governo apresente respostas. A última reunião realizada em 22 de fevereiro foi marcada pela desorganização. Naquela terceira rodada deveria ter sido dada resposta às propostas protocoladas pelas entidades sindicais, entre elas o ANDES-SN, acerca da reestruturação das carreiras do Magistério Superior (MS) e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT). Mas não foi isso o que aconteceu.

Agora, com docentes de 24 instituições federais em greve e mais nove com indicativo de paralisação nos próximos dias, a discussão pode avançar.

Docentes da APES e Técnicos Administrativos do Sintufejuf estiveram presentes na jornada de lutas

Docentes da base da APES e Técnicos Administrativos, da base do Sintufejuf, foram em caravana a Brasília para a Jornada de Lutas articulada pelo FONASEFE esta semana. Eles se somaram a milhares de Servidores Públicos Federais de todo o país, que lotaram o auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), na tarde de terça-feira, dia 16, em defesa da educação pública de qualidade e contra o reajuste salarial zero em 2024. A audiência “Mobilização de servidores de universidades e IFs por reajuste salarial” foi organizada pela Comissão de Administração e Serviço Público para ouvir as demandas das categorias.

“A jornada de lutas que ocorreu nesta semana em Brasília, expressou a força do movimento grevista na educação federal. A audiência pública com auditório lotado, propiciou importante debate e articulação política, contando com a presença de parlamentares em apoio ao movimento, com representantes do MEC e do MGI que nos forneceram elementos a serem considerados na nossa preparação para a mesa específica de negociação de sexta-feira. A marcha do dia 17 foi potente, dando mostra da nossa capacidade de mobilização e de pressão”, relatou Joana Machado, do Comando Local de Greve da APES, presente em Brasília.

Para garantir que todos e todas que ali estavam pudessem acompanhar os acontecimentos, o ANDES-SN providenciou a instalação de um telão junto à marquise da entrada do Anexo II da Câmara dos Deputados, com transmissão simultânea da audiência.

Representante do governo na audiência diz que reestruturação da carreira é pauta prioritária

Representantes do governo participaram da audiência. O secretário-executivo-adjunto do Ministério da Educação (MEC), Gregório Grisa, que comandou a primeira reunião da Mesa Setorial Permanente de Negociação (MSNP) com ANDES-SN, Sinasefe e Fasubra em 11 de abril, disse que a reestruturação da carreira é uma pauta prioritária do governo. Ele anunciou que se reunirá com as servidoras e os servidores grevistas para detalhar a proposta.

O secretário de Gestão de Pessoas do MGI, José Celso Cardoso Jr., acredita que a proposta a ser apresentada pelo governo poderá colocar fim à greve que atinge universidades, institutos e cefets.

Além do presidente do ANDES-SN, a mesa foi composta por David Lobão, coordenador-geral do Sinasefe; Sandro Pimentel, coordenador de Educação da Fasubra; e Viviane Peres, do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), e representantes do Dieese e do MGI, entre outros convidados.

Comando Nacional de Greve instalado

O Comando Nacional de Greve do ANDES-SN, instalado na segunda-feira, dia 15, se somou às atividades, demonstrando que professoras e professores reivindicam avanços concretos nas negociações por recomposição salarial, reestruturação da carreira, mais orçamento para as instituições de ensino e a revogação de instruções normativas, portarias e outras medidas do governo Bolsonaro que afetam a educação pública.

Marcha sobre Brasília disse “Não aceitaremos 0% de reajuste”

Na quarta-feira, dia 17, servidores e servidoras realizaram uma marcha sobre Brasília. Servidoras e servidores públicos federais vindos de todo o país, unidos a estudantes e movimentos sociais, protestaram contra a proposta de reajuste zero apresentada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) na Mesa Nacional de Negociação Permanente MNNP.