Cerca de 40 representantes de 27 Seções Sindicais de universidades públicas federais se reuniram em 17 e 18/07 , em Brasília, para debater carreira docente. No evento, que reuniu o Setor das Federais e o GT Carreira do ANDES-SN, os docentes discutiram roteiro e metodologia para construção de uma proposta de carreira, a partir da participação direta das bases da categoria.A proposta vai balizar as discussões com o MPOG, que anunciou a intenção de reformar a Carreira de vários segmentos dos Servidores Publicos Federais.
Inicialmente, o MPOG havia indicado, em reunião no dia 22/06, o envio de um PL com a proposta pronta, sugerindo que as discussões com as categorias se dessem diretamente no Congresso Nacional.
O ANDES reagiu prontamente e protocolou, no dia 01/07, no MPOG e também na Casa Civil, documentos solicitando que o governo estabeleça um processo efetivo de negociação sobre o tema. Posteriormente – ainda que o governo tivesse recuado de sua posição pelo envio do PL – foi por insistência dos SPFs que o MPOG se dispôs à realização de reuniões com representantes das categorias.
A decisão do Setor das Federais em convocar uma grande discussão, realizada diretamente na base, vai dar subsídios para que o ANDES-SN possa encaminhar as discussões com o Ministério.
Para o professor Álvaro Quelhas, representante da APESJF na reunião do Setor, a mobilização de todos os docentes, nas discussões que serão feitas em assembléias e seminários, é de suma importância já que é o único meio de fazer com que a Carreira represente realmente os interesses da categoria. “O governo vem sistematicamente destruindo a carreira dos docentes das IFES, utilizando-a como modo de reajuste salarial. É preciso que a participação de todos construa uma resposta democrática ao que o governo acenou de forma impositiva com a ameça de envio do PL”, disse.
Quelhas lembra ainda que não existe, hoje, sequer uma carreira única nas IFES e que as mudanças realizadas recentemente na Carreira de 1º e 2º graus para Carreira do Ensino Básico e Tecnológico foram feitas sem discussão, por uma imposição do governo federal. “É preciso que tenhamos a mobilização necessária para que isso não se repita e assumamos o papel de protagonistas nessa discussão com a elaboração democrática e participativa de uma proposta”.
Para ele é preciso que a carreira volte a representar o caminho progressional, natural, estável e seguro para o docente.