A APES se reuniu, na tarde de segunda-feira,13 de dezembro, com a direção do Campus Juiz de Fora do IF Sudeste MG. Em pauta, a segurança sanitária dos ambientes escolares: ventilação, capacidade das salas de aulas e dos laboratórios para garantir o distanciamento necessário; calendário letivo 2022; atividades não presenciais como política pública de educação nos cursos presenciais do Campus Juiz de Fora; políticas para prever e reverter as possíveis evasões na proposição do retorno presencial, e atenção às condições psicológicas dos servidores e estudantes. A Diretora Geral e toda a equipe das diretorias sistêmicas estiveram presentes.
Adiamento dos conselhos de classe
A APES solicitou na reunião o adiamento dos conselhos de classe, em virtude das reuniões dos colegiados que devem ocorrer esta semana, no que a Direção concordou prontamente.
Condições de segurança sanitária
Diante do retorno presencial às salas de aula do campus, a APES ressaltou a importância das reformas das janelas para melhorar a ventilação, no sentido de garantir a segurança sanitária de estudantes e docentes. A direção informou que a obra já está empenhada, mas a empresa responsável pela reforma utilizará o prazo de 45 dias para o início das ações, o que levaria os ajustes apenas para fevereiro e março de 2022. A direção manifestou a intenção de utilizar o período de férias do campus para essa obra. A previsão é de que, em abril, a reforma de boa parte das janelas esteja concluída e que ao longo de 2022 todas sejam substituídas, com aporte financeiro já obtido por meio de emendas parlamentares. Isso quer dizer que em janeiro, qualquer retorno presencial que se apresente, não vai contar com a ventilação adequada, o que será um ponto importante a ser levado à discussão dentro dos Colegiados.
Taxas de ocupação de salas de aulas e laboratórios
Sobre as taxas de ocupação, representantes das subcomissões C1 e C2, responsáveis pela adequação dos ambientes, presentes à reunião, afirmaram que estudos estão sendo realizados e, diante das condições precárias de ventilação das 40 salas de aula e 78 laboratórios, ao lado da necessidade de distanciamento de 1,5m, a taxa de ocupação deve ser reduzida em 50%. Este quantitativo poderá cair ainda mais frente à análise das condições de ventilação.
Plano de retomada
Para a implementação do cenário 3 do plano de retomada das atividades presenciais do IF Sudeste MG, a direção informou que está realizando um levantamento junto aos coordenadores, ouvidos os colegiados dos cursos, para ter a noção da demanda de intenção de disciplinas a serem recolocadas no ensino presencial. Com esses dados em mãos, as subcomissões C1 e C2 irão produzir um parecer sobre as condições locais. Esse relatório será analisado no Conselho de Campus, previsto para 12 de janeiro de 2022, onde os docentes, TAE’s e estudantes devem debater o assunto e lutar para que não seja aprovado nenhum retorno que contrarie as determinações técnicas das comissões C1 e C2, no sentido de evitar a aglomeração no campus. A APES ressaltou também a importância da participação discente nos encaminhamentos dos colegiados.
Outro ponto importante é a adequação dos refeitórios e a ideia, segundo a Direção do Campus, é a utilização de outros ambientes ventilados para as refeições, as quais deverão ser servidas em marmitas no lugar de self service. “Nossa atuação nos colegiados e conselho de campus deverá ser crucial. Precisamos defender a segurança sanitária e a substituição das janelas, otimizando a ventilação dos ambientes, é fundamental, o que deverá condicionar a um retorno presencial pequeno no mês de janeiro. Não há condições de retorno com salas lotadas e mal ventiladas”, disse Miguel Faria, da direção da APES.
Evasão escolar
A direção informou que está preocupada com a evasão, e está enviando cartas a estudantes que não respondem a contatos eletrônicos e há o reconhecimento de que a evasão está em grande número. A APES questionou sobre a assistência estudantil, já que muitos estudantes dependem das bolsas. A direção informou, no entanto, que novas bolsas só serão concedidas no início do semestre letivo de 2022. “Ou seja, existe apenas o auxílio digital para internet e equipamentos e o emergencial, mas não haverá novas bolsas garantindo o auxílio moradia ou alimentação para janeiro de 2022. Aqueles que já têm bolsa continuam até março e, quem não tem, só a partir de abril de 2022. Ressaltamos as dificuldades dos estudantes de fora da cidade que não terão condições de estar presencialmente pela falta das bolsas”, disse Miguel. Detalhes sobre o recursos empenhados na assistência estudantil podem ser obtidos no painel gerencial da execução do orçamento do Campus Juiz de Fora: https://bit.ly/painelcampusjf
Condições emocionais e cuidados com servidores e estudantes
A APES questionou sobre o apoio às condições emocionais de estudantes, técnicos e docentes e a direção informou que está atenta à questão, realizando ações e projetos neste sentido. A APES ressaltou ainda a necessidade de se respeitar as resoluções que garantem a manutenção em trabalho remoto para os membros da nossa comunidade que apresentem comorbidades.
Calendário letivo
Na reunião, a APES relacionou os problemas do processo de discussão do calendário letivo de 2022, sobre a maneira como foi conduzido. “Sugerimos que as discussões que interferem na vida do campus, como um todo, não se iniciem nos colegiados. Que se possa abrir o diálogo com a comunidade, em reuniões gerais do campus, para nivelar as informações”. A direção geral e a direção de ensino reconheceram que não houve uma condução positiva da questão, e que estão procurando aperfeiçoar os processos na busca de uma gestão democrática. A informação é de que estão sendo colhidas contribuições para a organização do calendário e este deverá conter entre 15 e 20 sábados letivos e que a proposta irá passar pelo CEPE e pelo Conselho de Campus. A APES reforçou a necessidade de que o calendário se guie pela oferta de uma educação de qualidade e que não produza condições de trabalho precarizadas para o próximo ano. A confecção do calendário inspira cuidado e atenção tendo em vista o momento de fragilidade que estamos vivendo.
Sobre as atividades não presenciais e o EAD, a direção afirmou que não deverão estar no horizonte, e a APES ressaltou que o EAD não pode ser utilizado de forma paliativa já que apresenta uma especificidade metodológica, com uma série de questões a serem observadas e amplamente debatidas.
Desvinculação dos campi
Sobre a notícia de desvinculação de campi do IF Sudeste MG, a direção informou que a possibilidade foi levantada a partir do campus Barbacena em um movimento de parlamentares que teriam procurado a administração do campus. A direção geral do Campus Barbacena editou uma portaria criando uma comissão para estudo da viabilidade da desvinculação. Segundo a direção geral do Campus Juiz de Fora, nem esse campus nem o de Rio Pomba receberam contato formal por parte desses parlamentares e, caso essa proposta chegue a Juiz de Fora, a direção informou que pretende discutir com a comunidade a questão.
Apesar da informação de que a direção do Campus Rio Pomba não teria recebido essa proposta por parlamentares, em reunião convocada pela direção, a comunidade interna do Campus Rio Pomba rejeitou a proposta, sendo que essa discussão não terá seguimento neste momento.
A APES defende que qualquer processo de reordenamento na rede federal deve ser pautado para garantir os princípios da democracia e da qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão públicas, gratuitas e socialmente referenciadas. E seguirá lutando contra qualquer forma de ingerência e intervenção nos Institutos e Universidades Federais para atender a interesses meramente político-partidários.