A possibilidade de contaminação da COVID 19, por meio do manuseio de documentos, levou uma equipe do Arquivo Central e do Laboratório de Pesquisa em História e Arquivologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) a desenvolver uma cartilha para orientar profissionais que trabalham na área a se protegerem da pandemia. A cartilha está disponível na página do Arquivo Central da UFJF desde o mês de maio, mas o grupo acaba de fazer uma revisão no documento, incorporando novas informações. Para baixar a cartilha atualizada clique aqui.
A conservadora e restauradora do Arquivo Central da UFJF, Andreia Rodrigues, explica que a relação de contágio/covid pode ocorrer no manuseio de documentos pela questão de contato e proximidade “Uma das vias de contágio pode ser pelo manuseio, pela manipulação de objetos já contaminados pelo vírus. Também sabemos que o vírus tem seu período ativo variável para superfícies diferentes. Assim, o documento se encaixa perfeitamente nessas duas condições de transmissão, independentemente de seu suporte”.
Não é só papel
Ela explica que o comum é sempre pensar no manuseio de papel, mas o contágio pode se dar, por exemplo, via CDs, DVDs, além do uso compartilhado de equipamentos, ferramentas, mobiliário. “Atenção, por exemplo ao uso de canetas, copos e canecas”.
A ideia da cartilha surgiu da necessidade de se estabelecer certos procedimentos de segurança, tanto para o acervo da UFJF, quanto para usuários e funcionários, em uma fase de bastante incerteza, de informações ainda muito recentes, de desinformação. “A nossa intenção era reunir o que havia de mais confiável, como por exemplo as recomendações do ICCROM e adaptar à nossa rotina, às nossas necessidades, de forma fácil e aplicável, já pensando no retorno ao trabalho presencial”.
Dicas de procedimento
A cartilha contém dicas e procedimentos adaptados à rotina do Arquivo Central, de modo simples, de fácil leitura e entendimento. “É importante dizer que os procedimentos precisam ser adaptados às situações e locais aos quais se propõe”.
Ela conta que foi preciso fazer uma atualização no documento, porque novas informações vão chegando todos os dias. “Uma atualização, agora comprovada, foi o tempo de vida ativa do vírus em superfícies como papel e plástico. Três meses atrás, trabalhávamos com a informação de um tempo maior de vida. Hoje os estudos já comprovam que em papel, plásticos como capas de CDs ou poliéster, a média é de 3 dias, já se tornando inativo após esse período de quarentena”
Lives e podcasts
Mas o trabalho de conscientização não tem sido apenas o da cartilha. A equipe, que tem atuado em trabalho remoto, desenvolveu um perfil no Instagram, onde posta diariamente informações sobre o trabalho, o acervo e a atuação nesse período, “incluindo algumas dicas sobre a prevenção em tempos de pandemia. Também participamos de algumas lives e podecasts onde o tema foi especificamente abordado. De qualquer forma, estamos sempre abertos à diálogos e contribuições”, finaliza.