APES esteve presente no sábado, dia 9 de abril, no ato “Bolsonaro Nunca Mais”, convocado nacionalmente para protestar contra o aumento dos combustíveis, do gás, contra o desemprego e a fome. Em Juiz de Fora, a manifestação foi realizada no Parque Halfeld e organizada pelo “Comitê Fora Bolsonaro”. Estiveram presentes diversos representantes de movimentos populares, partidos políticos e entidades sindicais, entre elas as trabalhadoras e trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação da UFJF e do IF Sudeste MG, em greve desde o dia 23 de março com outras categorias do serviço público federal.
Leonardo Silva Andrada, integrante da diretoria da APES, iniciou seu discurso destacando a alta dos preços: “já estamos há dois anos aqui repetindo que está tudo caro e a culpa é do Bolsonaro. Precisamos conseguir ampliar, fazer reverberar esse grito, e que as pessoas que estão lutando na rua, que estão esperando o ônibus, que estão tentando levar alguma comida para casa e não conseguem levar metade do que levavam, entendam qual é a conexão desse presidente, desse governo com o seu sofrimento, com todas as suas dificuldades.”.
Andrada deu continuidade e disse ser preciso que: “cada trabalhador tenha consciência de qual é o problema, de qual é a conexão entre a sua situação crítica e o que esse governo faz, a quem ele atende. Uma das grandes ferramentas que a classe trabalhadora conseguiu desenvolver para apresentar as suas demandas e fazer valer o seu interesse é a greve. E aqui eu quero saudar os companheiros do Sintufejuf que estão construindo a sua greve. Quero lembrar também que nós temos companheiros da associação docente da Universidade Estadual de Minas Gerais, UEMG, que estão construindo a sua greve. É preciso, portanto, que todos nós façamos um movimento consciente, consistente e responsável para organizarmos no nosso local de trabalho, a nossa categoria.”.
E finalizou pontuando: “eu estou aqui falando pela diretoria da APES e, na próxima semana, os professores da nossa base vão fazer também a sua assembleia. É um momento muito importante e delicado da política nacional e a famosa situação de mobilização precisa ser ampliada para que a gente não permita que cresça o movimento de recuperação desses responsáveis pela destruição do país, a destruição do patrimônio nacional, a destruição do direito da classe trabalhadora. Temos que resistir agora, mantenhamos o espírito de mobilização e sejamos todos coerentes, consistentes e responsáveis com a nossa condição de militantes de fazer valer as nossas categorias, no local de trabalho, no local de moradia, no ponto de ônibus.”
Flávio Sereno Cardoso, integrante da coordenação do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Juiz de Fora – MG, Sintufejuf, também manifestou sua opinião durante a manifestação de sábado: “O Sintufejuf deflagrou greve dia 23 de março. Uma greve seguindo o calendário de mobilização dos servidores públicos federais que estão dizendo ao governo que não vão aceitar ficar 7 anos sem reajuste salarial. Já estamos completando 5 (anos) e o governo quer que fiquemos mais 2 (anos) sem nenhum tipo de recomposição salarial próxima da inflação… Mesmo governo que está superfaturando compra de ônibus escolar, que está pegando a verba que era para estar indo para o Hospital Universitário e está superfaturando compra de vacina.
Sereno citou também o escândalo envolvendo o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, e pastores aliados, no Ministério da Educação: “Agora, este governo também está usando pastores aliados para desviar dinheiro que era para ir para as escolas e para a educação municipal. Servidores públicos estão construindo uma grande greve nacional para dizer que não vão aceitar que os recursos que deveriam ser destinados para o desenvolvimento de políticas públicas vão para o bolso de aliados do Governo Federal, que agora estão se candidatando nessa eleição.
No final de sua fala, o representante do Sintufejuf destacou o papel dos serviços públicos no Brasil: “A pandemia mostrou a importância fundamental de a gente ter um serviço público bom, porque é esse serviço que atende a população que não tem dinheiro para pagar o serviço privado. Atacar os trabalhadores da educação é atacar o serviço público e, portanto, atacar as pessoas que precisam deste serviço para que tenham acesso ao mínimo para a sua sobrevivência. Eu acredito que os motivos que trazem cada um de nós aqui são muitos, mas tem um motivo em comum que é para colocar para fora o pior governo da história do Brasil já. É fora Bolsonaro!”.