Ato Unificado defendeu aumento da resistência no setor da educação

Estudantes, Técnicos Administrativos (TAEs) e Professores realizaram, na manhã de quinta-feira, 11 de abril, um ato unificado na Ágora da UFJF, para debater a atual situação de greve dos TAEs, docentes e a mobilização estudantil.

A professora Joana Machado, da direção da APES, deu o relato da assembleia de deflagração da greve, falando sobre a Pauta Local de Reivindicações e as ações de mobilização docente. Defendeu a união de todos e todas  para que as pautas grevistas sejam atendidas, ressaltando que não são corporativas, já que, para além da reivindicação salarial, também pedem a recomposição do orçamento das instituições federais de ensino e a revogação de medidas autoritárias editadas pelo governo Bolsonaro.

Joana falou também das dificuldades na negociação com o Governo Federal. “Quando os instrumentos de negociação falham, a gente precisa fazer uso do instrumento da greve, que é um direito legítimo. Claro que é um direito individual. Há greves que são para impedir retrocessos em governos autoritários e as fizemos todas, em todos os governos. E essa greve é dentro de um recorte de um governo que se diz preocupado com direitos sociais, mas que até agora não apresenta essas escolhas políticas no seu orçamento”.

Falou também da necessidade de fortalecer o movimento. “Então a gente precisa dessa unidade entre estudantes, professores e TAEs. Precisamos nos unir nesse momento para mostrar a nossa força, porque o governo está fazendo queda de braço. Tentou desmobilizar, falando que só negocia se abrirmos mão de um direito constitucional como o direito de greve. Isso não é negociar”, argumentou.

O ato teve também o relato da greve da Fasubra, feito pelo Coordenador do Sintufejuf, Flávio Sereno, dando conta de que o governo ainda não iniciou uma real negociação e que ainda não tiveram a chance de discutir a pauta local de reivindicações com a Administração Superior da UFJF.

Seguiram-se muitas falas de estudantes preocupados com a necessidade do aumento da mobilização e com a defesa das condições de ensino, pesquisa e extensão dentro das instituições federais de ensino.

A professora Lorene Figueiredo, da Comissão Local de Mobilização, ressaltou que o que está em jogo, no atual momento de greve do setor da educação, é o uso do orçamento público e revelou, citando tese de doutorado da UFRJ, que 61% dos recursos destinados à educação estão direcionados para as instituições privadas e 39% apenas para as instituições públicas. “Isso é privatização. Isso é ataque à educação superior de qualidade, já que as privadas não oferecem ensino e pesquisa de qualidade como oferecemos nas federais. Neste sentido, nós estamos em guerra”, disse.