As entidades representativas de Técnicos Administrativos e Docentes consideraram importante a decisão do IF Sudeste MG em rejeitar o ensino à distância como solução para a continuidade das aulas no Instituto em tempos de COVID 19. A decisão foi divulgada na segunda feira, dia 06 de abril, por meio de nota. Clique aqui para ler.
“A Apes reconhece a importância da decisão como incremento para a superação dos riscos de contágio enquanto durar a pandemia. A substituição das aulas presenciais, por virtuais, poderia submeter a nossa comunidade ao perigo iminente de contágio e adoecimento. As pessoas poderiam ter que sair das suas casas para encontrarem soluções para problemas técnicos e de infraestrutura das redes e computadores e ou celulares para o exercício das suas tarefas. A precarização da educação e da atividade docente, com a adoção, apressada, de arranjos educacionais controversos, seriam outros prejuízos.”, afirmou Jalon de Morais, da direção da APES.
“O Sintufejuf entende como correta a decisão do IF Sudeste MG em não substituir as atividades acadêmicas presenciais pelas virtuais. É preciso considerar a diversidade do corpo discente da instituição para não haver o aprofundamento das desigualdades já existentes neste momento de crise. Também é necessário considerar que os técnicos administrativos em educação não possuem, em regra, equipamentos necessários em suas casas, para viabilizar a infraestrutura necessária para tal. Isso acarretaria, provavelmente, a necessidade de deslocamento de alguns TAEs até os campi, rompendo a recomendação de distanciamento social”, afirmou Flávio Sereno, da Coordenação do Sintufejuf.
“Foi uma decisão acertada. O EAD tem o seu papel importante só que tem que ter calma. Nós não estamos preparados, além de termos a pressão do mercado por sua adoção indiscriminada. Então onde está o nosso papel como profissional? Será que no ensino médio e integrado cabe o EAD? Lógico que não. Não é toda modalidade que aceita. Então essa é uma discussão que nós não travamos. Não é agora, de forma atrabalhoada que vamos adotar para evitar que a gente perca as férias do mês de janeiro”, disse Wildson Justiniano Pinto, da coordenação do Sinasefe, Rio Pomba.
Preservação da qualidade da educação e da vida de todos
Desde o início da crise, as entidades sindicais, incluindo a APES, têm empenhado esforços para proteger professores, estudantes e técnicos administrativos, em sua saúde e segurança. Não apenas isso. Tem dado seguimento à luta para preservar a qualidade da educação mesmo em tempos de exceção. A despeito das tentativas de avanço do projeto de destruição do atual governo, professores e professoras resistem em várias frentes. Entre elas, a tentativa governamental de manter as instituições funcionando via aulas virtuais. Em 17 de março, O Ministério da Educação-MEC autorizou por meio da Portaria n.343, a “substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia do novo coronavírus – covid-19”.
As entidades solicitaram, então, uma reunião com a Pró Reitora de Ensino do IF Sudeste MG para falar sobre a ameaça à qualidade da educação, representada pelo uso das aulas virtuais. No ofício, APES, Sintufejuf e Sinasefe argumentavam que a medida poderia aprofundar desigualdades e precarizar tanto o ensino como a atividade docente: “Neste momento é fundamental garantir que as políticas públicas de inclusão social, como as políticas de assistência estudantil e de inclusão, prevaleçam em relação a implantação de ferramentas para estudo remoto como paliativo. É fundamental considerar as diferenças socioeconômicas para não se aprofundar desigualdades diante de uma situação tão grave”.
As condições de acesso dos estudantes ao ensino à distância criariam desníveis de aprendizado de acordo com as condições de cada família e, além disso, a necessidade racional e imperativa de isolamento social poderia ser desvirtuada como a ida de estudantes a lan houses, colocando em risco suas vidas.
A reunião solicitada pelas entidades não se realizou dada a decisão do IF Sudeste MG em rejeitar o uso das aulas virtuais. Em oficio, as entidades agradeceram a disponibilidade. Clique aqui para ler.
ANDES-SN divulgou Moção de Repúdio no dia seguinte
Do mesmo modo, o ANDES-SN se posicionou prontamente contra o uso do EAD. No dia seguinte à publicação da portaria do governo, o sindicato nacional divulgou nota de repúdio, criticando a postura federal que coloca o mercado em primeiro lugar e a saúde da população em último, “atacando a autonomia das Universidades, Institutos e CEFET; estrangulando os recursos; incentivando o ódio ao conhecimento e à ciência; e aprofundando o sucateamento do SUS, que cambaleia sem recursos, fruto da Emenda Constitucional do Teto dos Gastos (EC nº 95/2016)”. Clique aqui para ler