As aulas no campus avançado da UFJF de Governador Valadares estão paralisadas em virtude da ameaça à segurança de estudantes, professores e técnicos administrativos. Na madrugada de ontem (23), o prédio onde funciona o campus foi alagado pela chuva, que deixou salas de aula, sala dos professores e almoxarifado com um palmo de água acumulada.
A Faculdade Pitágoras, instituição de ensino privada e proprietária do prédio, está realizando obras no local. Na quarta-feira (22), parte do teto da construção foi deixada sem cobertura, o que permitiu o alagamento. Os prejuízos ainda não foram contabilizados. Porém, já foi constatada a perda de documentos, livros e equipamentos novos, atingidos pela água.
Os docentes suspenderam as aulas ontem e hoje (24) após verificarem que a obra de ampliação do prédio não foi autorizada pela prefeitura de Governador Valadares. A obra foi embargada na tarde de ontem.
Em ofício encaminhado à Administração Superior, os professores sugerem a paralisação das aulas até o dia 31 de maio. Nessa data, termina o prazo, acordado entre a prefeitura e os executores da obra, para que os danos causados ao prédio sejam sanados.
Clique para conferir: o termo de compromisso; o relato da fiscalização do município, alertando para a irregularidade da obra; e o boletim de ocorrência, que denuncia o risco de desabamento.
Sem condições
“Sabemos das dificuldades de se implantar um novo campus, mas gostaríamos de condições de trabalho adequadas”, afirmou Reinaldo Duque, professor do Departamento Básico de Saúde. O professor disse ainda que a mesma obra tem causado muitos transtornos, como o barulho intenso no teto das salas de aula e laboratórios.
A APESJF-SSind já vinha denunciando as condições precárias de trabalho no campus de Governador Valadares.
No início de abril, as diretoras do sindicato, Clarice Cassab e Amanda Pinheiro, acompanhadas pelo assessor jurídico, Leonardo de Castro, estiveram no campus e participaram de reunião com os docentes. O sindicato solicitou uma audiência com o reitor da UFJF para tratar dos problemas de Governador Valadares. A audiência ainda não se realizou por dificuldades nas agendas de ambas as partes.
“Esses fatos lamentáveis que estão acontecendo no campus de Governador Valadares são emblemáticos de um processo de expansão realizada de forma apressada e que não garantiu as devidas condições de trabalho para os professores e técnicos administrativos e nem as devidas condições de ensino para os estudantes. Não somos contrários à ampliação de vagas nas IFE, mas defendemos que essa ampliação seja feita obedecendo a rigorosos padrões que garantam a qualidade de ensino”, afirma Paulo Ignácio, presidente da APESJF-SSind.