Na terça-feira, dia 11 de janeiro, o Diário Oficial da União publicou a nomeação da professora Angelita Pereira de Lima para reitora da Universidade Federal de Goiás, causando surpresa em docentes, estudantes e TAEs, em mais uma intervenção governamental sobre as Instituições Federais de Ensino, contrariando a decisão democrática da comunidade universitária. Angelita era a terceira na lista tríplice e foi nomeada no lugar da professora Sandramara Chaves, que havia sido a mais votada, nesta que já é a vigésima intervenção de Bolsonaro nas IFE.
Na quarta-feira, o ANDES-SN divulgou nota em repúdio à intervenção, chamando a lista tríplice de resquício da ditadura: “Mais uma vez o Governo de Bolsonaro e Mourão não respeita a autonomia universitária impondo uma reitora não eleita na Universidade Federal de Goiás (UFG). O ANDES-SN repudia o desrespeito à escolha da comunidade acadêmica da UFG por parte do governo que não nomeou a professora Sandramara Matias Chaves, reitora eleita no ano de 2021. A lista tríplice é resquício da ditadura empresarial militar, instrumento que ataca a autonomia universitária e segue sendo utilizado para afrontar a escolha democrática de docentes, estudantes e técnico(a)-administrativo(a)s das Universidades, Institutos e CEFETs”. Clique aqui para ler a nota completa
O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos das IFEs do Estado de Goiás (Sint-Ifesgo), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFG, a Associação de Pós-Graduandos da UFG (APG- UFG), a Associação Nacional dos Pòs-Graduandos(ANPG), a União Estadual dos Estudantes de Goiás (UEE) e a União Nacional dos Estudantes(UNE) divulgaram na manhã de terça-feira, nota de repúdio contra a intervenção.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) também divulgou nota lamentando a decisão: “A ANDIFES lamenta profundamente que, mais uma vez, o Presidente da República tenha desrespeitado a vontade majoritária daquela comunidade universitária, que escolheu como reitora a professora Sandramara Chaves. Isso, em primeiro lugar, porque todo o processo de escolha da professora Sandramara Chaves guardou absoluta harmonia com as normas legais e regimentais aplicáveis. Sua escolha recebeu parecer técnico favorável no MEC e teve apoio e reconhecimento de diferentes representações empresariais, sociais e políticas do estado de Goiás. Teve o endosso, inclusive, dos candidatos que se submeteram à consulta à comunidade, bem como da segunda e da terceira colocadas na lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior daquela Instituição”, disse a nota.
“Bolsonaro não nos surpreende, esse é o projeto desse governo para as IFE. O desrespeito às comunidades universitárias e a marca ditatorial de seu governo se confirmam nas dezenas de intervenções sobre as Instituições Federais de Ensino. Essas ações trazem enorme retrocesso e danos para a educação e mostram mais uma vez que não nos resta saída a não ser seguir lutando pelo Fora Bolsonaro”, disse Augusto Cerqueira da direção da APES