Em plenária ampliada realizada na Esplanada dos Ministérios na tarde desta terça-feira (5), mais de 800 representantes das 31 entidades que compõem o Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais (SPF) votaram pela greve geral no funcionalismo a partir de 11 de junho.
A reunião aconteceu após a Marcha unificada dos SPF, que reuniu mais de 15 mil trabalhadores nesta manhã em Brasília. Os professores federais, em greve desde 17 de maio, participaram da manifestação com caravanas de vários estados. O dia 11 de junho foi apontado como indicativo para o início da greve geral por tempo indeterminado dos SPF.
No setor da educação, a base da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra Sindical) paralisa as atividades na segunda (11) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) na quarta (13). Outra categoria que já deliberou pela deflagração da greve a partir do dia 13 foi a dos trabalhadores do judiciário federal e do ministério público da união, organizados na Fenajufe.
Já a base da Confederação Nacional dos Servidores Federais (Condsef) paralisa as atividades no dia 18.
Para Paulo Barela, coordenador da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) que integra o Fórum, a quantidade de participantes tanto da marcha quanto da plenária é emblemática para o conjunto dos servidores.
“Depois de quase uma década, os servidores retomam a compreensão de que é também tarefa do funcionalismo público lutar em defesa da qualidade do serviço público oferecido à população. A unidade que vem sendo construída, e que ficou expressa hoje, aponta para a perspectiva de construirmos uma greve inédita dos servidores federais”, disse Barela.
O representante da CSP-Conlutas destacou que a greve já está aprovada e agora as entidades discutirão com suas bases o processo de deflagração. “A indignação dos servidores é muito grande e os trabalhadores estão votando pela greve para forçar o governo a abrir negociações efetivas com a categoria”, disse. Ele lembra que desde o início do ano, o Fórum se reuniu oito vezes com os representantes do Ministério do Planejamento sem registrar nenhum avanço.
Para a presidente do ANDES-SN, Marina Barbosa, a deflagração da greve geral dos servidores soma forças à paralisação dos docentes. “A nossa greve cumpre um papel importante ao demonstrar, com muita humildade, que é possível lutar. Em segundo, na medida em que mais categorias entram em greve, fortalecem as lutas já em curso”, avaliou.
Segundo ela, a greve dos professores não se dilui na do funcionalismo federal, mas sim soma esforços para a construção de um grande movimento em defesa do serviço público