A Greve da Educação Federal foi um movimento importante em Juiz de Fora. Com paralisação praticamente total das aulas na UFJF e IF Sudeste MG. As atividades culturais, de panfletagem, aulas públicas e manifestação cumpriram o papel de enviar uma mensagem de repúdio aos cortes orçamentários; ao desprezo, por parte do governo, pela democracia em várias instituições federais; ao desrespeito do ministro da educação contra docentes, Técnicos Administrativos e estudantes e por fim um aviso de que o Future-se representa a privatização da educação e que, por isso, deve ser rejeitado.
A finalização dos dois dias de atividades se deu numa grande manifestação, precedida de aulas públicas, que se iniciaram por volta das 15h no parque Halfeld, centro de Juiz de Fora. Por volta de 18h, os manifestantes desceram a Rua Halfeld com palavras de ordem em defesa da educação das estatais.
Fala da Professora Marina Barbosa encerrou o ato
“No Brasil todo, a greve da educação federal foi uma grande vitória por que na rua e dentro das instituições, nós reafirmamos um sonoro “não” às políticas de destruição de Bolsonaro para as Instituições Federais de Ensino, com aulas, com filme, com música com arte etc… porque essa é nossa concepção de educação: É desenvolver o conhecimento, a pesquisa a serviço da solução dos problemas da população brasileira”, disse Marina Barbosa, Presidente da APES, em sua fala que encerrou o ato. Ela ressaltou ainda que várias universidades já rejeitaram o Future-se, como um projeto de destruição e de privatização e fez uma saudação a todos que permanecem lutando e defendendo a Educação e o Serviço Público.
Confira aqui a cobertura fotográfica feita pela APES e Sintufejuf
Conversa com a população
A manhã de quinta-feira, 3 de outubro, começou com panfletagem e conversa com a população usuária de alguns dos serviços prestados pela UFJF. Docentes e TAE estiveram no Hospital Universitário, na Farmácia Universitária e na Clínica da Faculdade de Odontologia conversando sobre os impactos dos cortes nas instituições de ensino para a população brasileira.
Também pela manhã, a comunidade do campus Santos Dumont do IF Sudeste MG realizou panfletagem e conversa com a população no calçadão do centro da cidade, marcando o segundo dia da Greve da Educação Federal. Na parte da tarde, docentes, TAE e estudantes se unem ao ato público em Juiz de Fora.
Confira como foi o primeiro dia da Greve
Nas primeiras horas da greve, no dia 2 de outubro, docentes, alunos e TAE’s colocaram placas e faixas na UFJF chamando atenção para a greve de 48h e suas principais pautas. No IF Sudeste MG, o dia começou com um café da manhã e falas das entidades que constroem a greve no Instituto, APES, Sintufejuf, GETU e Sinasefe. A programação seguiu com um cine-debate comentado pela professora de sociologia do IF Amanda Chaves Pinheiro acerca do filme “Terra em Transe”.
Na parte da tarde, um aulão com 5 diferentes temas foi realizado na Ágora da UFJF, com participantes convidados pelo Fórum das Entidades. O TAE da FAEFID, Revelino Mattos, falou sobre “Projeto de Estado e ataque aos Serviços Públicos”. Ele ressaltou a importância de se valorizar o setor público e fez um histórico dos ataques que os governos desse último período têm desferido contra esses serviços. Ao final, ao falar sobre a necessidade de não se abater e estar com alegria e força na luta, organizou uma ciranda com todos os presentes.
Em seguida, a professora Carolina Bezerra, do Colégio de Aplicação João XXIII, abordou a temática “Política de segurança pública e morte da juventude negra”. Ela citou dados sobre a morte de jovens negros e indicou a necessidade de se reconhecer a existência de um movimento racista extremamente violento e assassino no país.
O vice-diretor do Jardim Botânico e TAE da UFJF, Breno Moreira, falou sobre “Recursos Naturais e Soberania Nacional”. Em sua fala, promoveu um alerta sobre as atuais condições climáticas que podem promover a extinção da raça humana em algumas décadas à frente.Matheus Henrique Silva, integrante do Núcleo ABRAPSO/JF, encerrou o aulão com o tema “A crise na educação e saúde mental dos estudantes”. Ele também apontou a necessidade de não se deixar abater pela situação política que vive o país.
Encerrando as atividades do primeiro dia, um ato cultural foi realizado com participação da banda Eminência Parda.