O III Encontro Nacional do ANDES-SN sobre a Carreira EBTT e Educação Básica das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior, organizado pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes), entre os dias 21 e 23 de outubro, contou com a participação dos professores Jalon Vieira e Lucas Mendes, do IF Sudeste MG, como representantes da APES.
O encontro discutiu questões ligadas ao atual contexto educacional brasileiro, como os cortes na educação e o fundo público, o novo ensino médio, ensino médio integrado, Educação de Jovens e Adulto (EJA), residência pedagógica, BNCC, unidades de educação infantil nas universidades, militarização das escolas, distribuição de recursos para as instituições. Também foi destacada a importância de reforçar as discussões sobre a carreira única para todas e todos docentes. A reunião foi marcada por atividades de concentração e de panfletagens, em diferentes locais de Vitória.
Lucas Mendes disse que o evento se iniciou com uma concentração e panfletagem na Adufes. A panfletagem, segundo ele, “tinha o objetivo de conscientizar quem estava na rua sobre as carreiras na educação básica e sobre os cortes em ciência e tecnologia”.
Também no primeiro dia, segundo Lucas Mendes, os docentes discutiram“a carreira EBTT, a questão da importância da carreira nos colégios de aplicação. Fizemos uma análise dos dez anos da lei de cotas, pensamos na perspectiva da volta do ‘Ciência sem Fronteiras’. Discutimos a falta de insumos nas universidades federais e a importância de um fortalecimento coletivo.”
“O evento contou com a participação de Amauri Fragoso que está há muito tempo no sindicato e lembrou do encontro que aconteceu em 1987 dos professores de 1º e 2º grau, em Juiz de Fora, alertando que 80% das matrículas no Brasil estão concentradas na educação pública e que ela está sendo vítima de mau investimento, má administração e desvios de verba sem apuração. O MEC, apesar de ter o maior orçamento entre os ministérios, tem o seu orçamento diminuído a cada dia.” Lucas Mendes ressaltou que está previsto no artigo 212 da Constituição Federal a aplicação de, no mínimo, 18% da receita resultante de impostos na manutenção e no desenvolvimento do ensino, por parte da União. Mas isso foi desrespeitado no governo de Bolsonaro.
No segundo dia, os docentes discutiram a carreira, educação básica, adoecimento, condições de trabalho e orçamento. O modelo educativo de resultado foi questionado, em prol de uma educação mais libertária. Além disso, discutiram a possibilidade de revogação da portaria 983, no que diz respeito ao “quão prejudicial é para os professores o ponto eletrônico e biométrico, no eixo da extensão e da pesquisa.”
No final das discussões, já no último dia de encontro, o grupo “Serenata de Favela”, do Espírito Santo, formado por uma rede de crianças e adolescentes da favela, fez uma apresentação para os professores e professoras, que foi “muito emocionante”, segundo o docente.