Em mais um recuo o governo Bolsonaro parece não ter descido do palanque. Dessa vez, o Ministério da Educação (MEC) enviou, na segunda feira, para escolas públicas e privadas do país, um email do ministro Ricardo Vélez Rodríguez, pedindo que as instituições filmem com o celular o momento da execução do hino nacional e enviem para o governo. O e-mail continha, ainda, uma carta que deveria ser lida aos alunos no primeiro dia de aula. A tal carta, com o texto: “Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração”, vinha com uma finalização: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”. Lema da campanha de Bolsonaro, fato que fere o artigo 37 da Constituição Federal, que veda slogan eleitoral em comunicações oficiais. Já a ideia das filmagens fere o estatuto da criança e do adolescente que proíbe captação de imagens de menores nas escolas sem autorização dos pais.
Na terça feira, o Ministro, em visita ao Senado, reconheceu o erro e disse que estava sendo corrigido. No mesmo dia o MEC informou, por meio de nota, que estava enviando carta atualizada, sem o slogan, em um email onde mantinha a solicitação voluntária de que, após a leitura da mensagem do ministro, professores, alunos e demais funcionários da escola fiquem perfilados diante da bandeira do Brasil, se houver na unidade de ensino, e que seja executado o Hino Nacional.