A Universidade Federal de Juiz de Fora, por meio de um convênio com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, está disponibilizando nos hospitais de Juiz de Fora, as Pranchas de Comunicação Alternativa para uso Hospitalar, projeto de extensão que ajuda pacientes da COVID 19 a se comunicar com as equipes médicas. Por meio de figuras e sinais, o paciente pode apontar suas queixas, sensações, necessidades e desejos, proporcionando bem estar e progresso no tratamento da doença. Muitos deles, impossibilitados de falar, estão tendo um tratamento mais humanizado e efetivo por meio da iniciativa, que está sob a coordenação da professora Mylene Cristina Santiago, Docente do Depto. de Educação da UFJF, num projeto interinstitucional.
O projeto já está sendo aplicado no Hospital Universitário da UFJF, mas deve se estender para a Maternidade Santa Terezinha e Hospital João Penido já na próxima semana.
Mylene coordena um projeto de extensão de acessibilidade curricular que já vinha trabalhando com Desenho Universal de Aprendizagem e o Programa Incluir, cujas equipes diante da crise, se voltaram também para a ação das Pranchas. A equipe conta com docentes da educação básica, da Faculdade de Educação, bolsistas e voluntários.
Os cursos de utilização das pranchas para as equipes de saúde da linha de frente da Covid estão sendo dados em turmas pequenas para evitar a aglomeração, mas esses participantes das aulas estão repassando as informações para colegas de trabalho. “E a prancha vem também com um manual de instruções e o material é bem intuitivo e ainda disponibilizei meu celular para qualquer tipo de emergência ou formação remota”, explica Mylene.
A expectativa da professora é de que, mesmo após a fim da crise do Covid 19, as pranchas continuem em uso. “Tive conhecimento de que a Secretaria de Saúde de Minas Gerais imprimiu 3 mil pranchas e elas serão usadas até em UPA e Samu. Então o uso dela deve ser muito grande. Elas já foram inclusive traduzidas para seis idiomas e serão usadas até fora do país”.
Mylene explica que as pranchas devem atuar como um reforço psicológico para os pacientes. “Imagina você estar impossibilitado de se comunicar e inseguro em relação à sua recuperação. Isso te deixa em uma situação de fragilização, por não conseguir explicar o tipo de dor, o tipo de sensação que está tendo. Por meio da prancha, o médico pode administrar uma dose de medicação mais correta ou suprir uma necessidade que esteja trazendo muito desconforto para o paciente, criando uma relação mais horizontal e possibilitando a participação do paciente no processo de recuperação”.
Por meio de um caso particular, de uma pessoa que procurou Mylene para a utilização das pranchas por pessoas com surdocegueira, o projeto deve ter desdobramentos e deve ser ampliado para a utilização da linguagem Braille. Podendo dar acesso dessas pessoas à comunicação com a equipe médica.