Servidores Públicos Federais anunciam calendário para construção da greve geral em Janeiro
No final de 2021, na quarta-feira, dia 29 de dezembro, o Fonasefe organizou uma coletiva de imprensa para tratar do processo de construção da Greve Unificada do Funcionalismo Público Federal, que deve ocorrer no início de 2022, tendo o reajuste salarial dos servidores como pauta.
A movimentação inicial se deu após a notícia de que Bolsonaro havia favorecido, com reajuste, apenas as carreiras da Polícia Federal, na proposta do Orçamento para 2022 enviada ao Congresso Nacional. A verba de R$1,7 bilhão para reajuste do serviço público, ficou reservada apenas para a PF, contemplando apenas três por cento do funcionalismo.
A coletiva ocorreu após reunião de representantes do ANDES-SN, em conjunto com a Fasubra, Fonasefe, Sinasefe e outras entidades representantes das servidoras e servidores públicos, para debater a construção do movimento já no primeiro trimestre de 2022.
Calendário de mobilização
O Fonasefe definiu um calendário inicial, com reunião no dia 14 de janeiro entre representantes das entidades e, no final do mês, em paralelo ao Fórum Social Mundial, que será realizado de 26 a 30 de janeiro, haverá uma plenária nacional cuja pauta estará focada na defesa do serviço público e na luta por reajuste salarial para o conjunto das categorias. Nestas reuniões deverão ser pautadas a questão da greve, com uma rodada nacional de assembleias para discussão do movimento.
Para Rivânia Moura, presidenta do ANDES Sindicato Nacional, é preciso entender a importância de realizar este debate, reunindo diversas seções sindicais do funcionalismo público. “Quando falamos de reposição salarial, estamos falando de qualidade de serviço prestado, da condição que esse serviço chega ao público. Esse movimento também é uma pauta em defesa do serviço público” e destacou a importância da unidade. “Vamos deflagrar uma greve unitária das servidoras e dos servidores públicos do Brasil, vamos parar e dizer que não aceitamos todo o processo de deterioração dos nossos salários, das nossas condições de trabalho e do serviço público como direito de todos os brasileiros”, frisou.
Estopim
A notícia do reajuste concedido apenas à PF acabou dando início à mobilização de várias categorias do serviço público, no sentido de pressionar o Governo Federal para também serem contempladas. Já existem movimentações grevistas dentro da categoria dos auditores fiscais, que devem realizar assembleias em todo Brasil entre 03 e 07 de janeiro para decidir o movimento paredista. No dia 27 de dezembro, os auditores fiscais iniciaram a paralisação contra a não regulamentação do bônus de eficiência, contra os cortes de orçamento em 2022 e contra o reajuste direcionado apenas para as carreiras de policiais federais. Segundo dados da Fonasefe, 828 delegados e chefes da auditoria da Receita Federal anunciaram a entrega de cargos. Trabalhadores da Fiocruz já se movimentam em assembleias diante da possibilidade da greve e servidores do Banco Central também realizam o debate em suas bases.
Com informações do Sisejuf (Sindicato dos Servidores das Justiças Federais do Estado do Rio de Janeiro), Sinasefe e ANDES-SN