ANDES-SN apóia paralisação dos servidores técnico-administrativos e avalia que ela reflete mobilização dos funcionários públicos federais
Por Najla Passos e Renata Maffezoli
ANDES-SN
Os trabalhadores das universidades brasileiras decidiram, nesta quarta-feira (2/6), por maioria, deflagrar greve geral por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (6/6). A decisão foi tomada após Plenária Nacional da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra) avaliar que as negociações com o governo acerca da Campanha Salarial Emergencial 2011 não estão avançando.
“Nós temos pendências em relação às mudanças propostas para nossa carreira, que foram negociadas com o governo em 2007 e ainda não foram cumpridas. Durante este último mês, o governo tem recebido os servidores públicos federais para discutir suas pautas de reivindicação, mas as conversações não avançam. Nós apresentamos condicionantes que consideramos essenciais na nossa pauta, mas o governo não apresenta uma contraproposta e apenas protela a discussão”, explica um dos coordenadores Administrativo e Financeiro da Fasubra, Luiz Antônio de Araújo Silva.
De acordo com ele, os trabalhadores das universidades reivindicam, além de reajuste salarial, racionalização de cargos, reposicionamento de aposentados, incentivos à qualificação e isonomia salarial e de benefícios. Eles também se posicionam contra a terceirização, pedem a revogação da Lei nº 9.632/98, a abertura imediata de concursos públicos para substituição da mão de obra terceirizada e precarizada, além da extensão das ações jurídicas transitadas e julgadas.
“Nossa mobilização também tem o caráter de se posicionar contra a privatização dos hospitais universitários. Apesar da MP 520 ter caído ontem, o governo vem tentando atacar os HU desde 2005 e, certamente, irá reeditá-la ou reinventar um novo mostrengo qualquer para atingir os mesmos objetivos, porque essa é uma diretriz de governo”, complementa Luiz Antônio.
Segundo o dirigente, 125 delegados de um total de 37 sindicatos participaram da plenária. “O movimento, hoje, tem muitas limitações. Não é mais como nas décadas de 1980 ou 1990. Mas vamos arregaçar as mangas e construir a unidade com a base. Os representantes de 26 sindicatos já chegaram à plenária com indicativo de greve para o dia 6/6. Outros, apontavam datas posteriores. Temos condições de fazer um movimento vitorioso”, explica.
ANDES-SN apóia paralisação
O ANDES-SN manifestou apoio à decisão da plenária da Fasubra pelo indicativo de greve. Para Josevaldo Pessoa Cunha, 1º vice-presidente da Regional Nordeste II, a decisão de paralisação é o reflexo de um movimento que vem ocorrendo desde o início do semestre no funcionalismo público.
Segundo o diretor do ANDES-SN, as diversas paralisações e manifestações que vêm acontecendo em todo o País são conseqüências da expansão desestruturada do Reuni, já prevista pelo ANDES-SN.
A mobilização tanto de professores, quanto de funcionários das Universidades Federais, assim como de outras categorias de servidores públicos, fortalece a mobilização geral em torno de reivindicações mais amplas e ainda reforça as questões pontuais de cada categoria.
“Estamos juntos com eles nessa luta pela pauta específica de reivindicações junto ao Ministério da Educação e pela pauta coletiva dos funcionários públicos junto ao Ministério do Planejamento”, comentou Cunha.