O governo federal provisório anunciou na terça-feira (17) que apresentará um projeto de uma nova etapa da Contrarreforma da Previdência dentro de um mês. O anúncio foi feito pelo ministro provisório da fazenda, Henrique Meirelles, e foi precedido por uma reunião entre membros do governo e algumas poucas centrais sindicais. A proposta de alterar a previdência, retirando direitos dos trabalhadores, já estava presente na Agenda Brasil apresentada no ano passado no Congresso Nacional e também prevista no plano “Ponte para o Futuro” de Michel Temer.
Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, afirma que o objetivo do governo interino ao se reunir com algumas centrais sindicais é criar respaldo para encaminhar uma reforma que retira direitos dos trabalhadores. “A maioria das centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas, acertadamente não foram à reunião com o governo provisório. Não há sentido em discutir como reduzir os danos da reforma. Os trabalhadores devem, com mobilizações, barrar essa Contrarreforma na rua”, critica o docente. O presidente do ANDES-SN também se opõe ao discurso de Henrique Meirelles – que afirmou que a Contrarreforma e os cortes são necessários para que todos os trabalhadores possam ter acesso à previdência. Para Paulo Rizzo, o ministro provisório se baseia na farsa de que a Previdência Social é deficitária, quando, na verdade, há recursos suficientes. “E se não houvesse recursos, a solução deveria ser aumentar a arrecadação, focando, especialmente, em arrecadar mais dos patrões”, comenta Rizzo.
“O que está colocado por trás desse debate é a intenção do governo de privatizar a previdência. Eles querem repetir no setor privado o que ocorreu com os trabalhadores de estatais e do serviço público federal, levar a previdência desses trabalhadores para os fundos de pensão privados”, completa o presidente do ANDES-SN.
Em fevereiro de 2016, a presidente Dilma Rousseff já havia anunciado a intenção de realizar uma nova etapa da Contrarreforma da Previdência retirando direitos dos trabalhadores. Dilma defendeu o aumento da idade mínima de aposentadoria, afirmando que a crise é um “momento doloroso para ser desperdiçado”, e alegando que é nesses períodos que surgem “oportunidades para discutir soluções duradouras”.
Fonte – ANDES-SN – http://www.andes.org.br/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=8136
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