Governo Bolsonaro avança com privatização dos Correios

O retorno das atividades na Câmara dos Deputados, na última terça-feira, dia 03 de agosto, trouxe à tona outra questão que assombra as trabalhadoras e os trabalhadores brasileiros: a Privatização dos Correios. A iniciativa partiu da gestão do atual presidente, Jair Bolsonaro, com o Projeto de Lei (PL) 591/2021 que no dia 05 de agosto, teve o texto aprovado e agora segue para análise no Senado.

Seguindo a lógica inadmissível e absurda do uso de Fake News da campanha eleitoral de 2018, os apoiadores do Governo Federal vem utilizando argumentações apelativas para defender a aprovação do PL 591/2021. No início desta semana, o Ministro de Comunicações, Fábio Farias alegou que privatizar os Correios seria a única solução para salvar a Empresa. Fake News! Os Correios encontram-se no terceiro lugar do ranking de empresas públicas que mais repassam fundos para o Estado, posicionando à frente da Caixa Econômica, Banco do Brasil, BNDES, Eletrobras e Petrobras. Os Correios repassaram R$ 9 bilhões em dividendos à União, nos últimos 20 anos. Este resultado é fruto de R$12,4 bilhões em lucro líquido no período.

Em pesquisa realizada pelo PoderData, em março de 2021, 52% dos brasileiros entrevistados manifestaram-se contra a privatização dos Correios. Porém, o Governo Federal insiste em não escutar a população brasileira e segue investindo em propagandas midiáticas para a defesa da aprovação do PL 591/2021. 

Por esse motivo, é preciso que as trabalhadoras e os trabalhadores brasileiros se unam na luta contra a Privatização dos Correios. No dia 17 de agosto, os Correios têm indicativo de greve para a campanha salarial, assim como pela mobilização contra a venda da estatal. Já no dia 11, a APES se reúne, remotamente, com os docentes em Assembleia Geral para discutir a greve do serviço público, no dia 18 de agosto, deliberada no Encontro Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras do Serviço Público.

Eletrobras 

A privatização dos Correios é mais um passo no projeto de entrega do Estado ao capital e de ataque aos direitos sociais. O governo federal conseguiu aprovar, em junho deste ano, a privatização da maior empresa de energia elétrica da América Latina, a Eletrobras. A proposta foi levada ao Congresso Nacional através da Medida Provisória (MP) 1031/2021, estrategicamente pensada pelo presidente e seus apoiadores, devido o curto prazo de vigência da MP que são 60 dias, podendo ser prorrogada mais uma vez pelo mesmo período de tempo.

A Eletrobras, vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), é responsável por 30% de toda energia produzida no Brasil. De acordo com especialistas do setor elétrico, a privatização da empresa traz uma série de graves consequências para a população brasileira e a economia nacional, dentre elas: aumento das tarifas, desemprego, desindustrialização, possibilidade de novos casos de apagões, crimes ambientais e sociais, violação de direitos e ataques à soberania energética do Brasil. 

Portanto, mais uma vez, o Governo Federal atua na direção oposta da defesa de condições dignas e humanas para as brasileiras e os brasileiros. Afinal, todas e todos precisam de energia elétrica, ainda mais em um cenário pandêmico, onde a população, em tese, deveria estar trabalhando de suas casas e, consequentemente, o consumo aumentaria. As tarifas vão disparar agora e quem paga a conta é, justamente, o lado mais fraco da moeda; trabalhadoras e trabalhadores brasileiros.