Representantes do DCE, APES, Sintufejuf e APG, e integrantes da base: professoras (es), TAEs e estudantes se reuniram para debater diretrizes da política de enfrentamento a violências, como o assédio moral e sexual, na UFJF, na tarde da última quarta-feira, 24 de maio. A primeira reunião ampliada ocorreu no início do mês de maio e foi uma iniciativa das entidades representativas, que também compõem a comissão, entendendo a necessidade de ouvir a comunidade sobre o assunto.
Dando continuidade à discussão, o objetivo principal desta reunião foi o de contextualizar para as pessoas presentes a oportunidade de participarem da construção da política institucional de enfrentamento das violências e o de escutá-las, para que fossem sugeridas propostas e diretrizes, avançando na escrita de uma minuta de resolução que será aprovada no Conselho Universitário.
Segundo a diretora da APES, Joana Machado, “o esforço do Grupo de Trabalho e das pessoas que estão participando das reuniões ampliadas deve ser a tentativa de qualificar ainda mais o debate, inserindo, na minuta, as diretrizes definidas nos encontros, para que o combate ao assédio na instituição se volte para a dimensão preventiva, pedagógica, e que a universidade assuma a responsabilidade política sobre as vítimas”.
Na reunião, muitos relatos e novos casos foram compartilhados, reforçando a grave situação de adoecimentos, traumas e abandonos de função e cursos, motivados por práticas de violências sexuais, morais e o desamparo das vítimas, que muitas vezes não se sentem acolhidas e amparadas pela instituição, passando por processos que as revitimizam e acabam por aumentar a gravidade dos danos psicológicos apresentados.
As pessoas presentes também debateram as diversas assimetrias de poder, relacionadas a marcadores sociais como gênero, raça, classe, orientação sexual, bem como as hierarquias formais e simbólicas, que dificultam inclusive o momento das denúncias.
Ampliação do debate
A reunião apontou a necessidade de se colocar na minuta a proposta de realização de um fórum ampliado, com os objetivos de incluir a comunidade externa no debate e construir um espaço de formação que continue, para além da urgência deste assunto, como forma também de fortalecimento das entidades representativas. As pessoas participantes também discutiram a dificuldade de se ter a presença dos e das trabalhadoras terceirizadas nesses encontros, o que seria estratégico para assegurar a voz dessas pessoas no processo, e a importância da presença de representações dessa classe no fórum.